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Indireta nº 6

Indireta nº 6
Cicero G Lopes
Jun. 30 - 2 min read
010

Indireta

 

Ela avisou. “Prepara as vacinas que eu vou te morder!”

Ela blefou.

Nem beijo, nem afago.

No mesmo chão molhado, continua a chover!

Ela anuncia o fim do mundo! A queima do estoque!

Um concerto de rock e a queda das muralhas da China!

Jurou queimar sutiãs, escandalizar o submundo e a respeitável sociedade solar das metanfetaminas. Segunda, porém, desfila, tranquila, o terninho blasé!

Ela quer likes e um pouco de atenção na noite fria.

Acho que ela só quer ver o que pode acontecer se um dia ao acaso ele se descobrir dona da alegria

Foi firmado o encontro.

Nove em ponto.

Nem te conto!

Tava tudo certo! O papo é reto!

Nove horas, noves fora, meia-noite e nada!

Esperar é uma condição atormentada

Deve ter virado abóbora, deve ter perdido o sapatinho.

Dos pézinhos que você adora. Quem sabe não foi sequestrada?

Atropelada por uma manada de rinocerontes marinhos?

Será que é só garganta? Não me espanta!

Será uma farsante Columbina? Menina que grita lobo! Pensamento bobo.

Pois, o lobo nem sabe que ela o espera…

Quem a espera sou eu… Meninos, o quanto me expus!

Só aguardando no mesmo ponto de ônibus.

“Mas, homem que é homem, não se apavora nem se desespera”

E sabe a hora certa de citar Leila Diniz.

Ah, Flor de liz, luz que cega com seu brilho. Corrente que quanto mais me solta, mais preso eu fico no seu trilho.

Corro o risco pela aguardente que me inebria.

É corredeira, é remanso. É cavalo, é cela!

É o Valhala e a Esfinge desafia os tolos que se julgam deuses e por saber da lei, abusa do direito de ser bela!


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