Imagine uma montanha
Junto a luminosidade, o sol
Imagine toalhas brancas
Sobre matiz garrafas de vinho
Imagine águas límpidas
Rio espelho inigualável
Imagine sendas sem volta
O mar está lá junção indissolúvel
Imagine uma tela
Quem sabe uma aquarela
Talvez surrealismo quiça impressionismo
A magia desorienta a cabeça
Os aventureiros dirão que a montanha
Está sempre pronta ao desafio
Dominá-la, fincar a bandeira
Essa é sua meta, pedra por pedra, fio a fio
Os insensatos usam a natureza
Sem pensar nos que hão de vir
São vazios, frios, não rios
Suas mentes, águas passadas
Os bêbados em louca alegria
Convidarão Dionísio para o banquete
Da uva, fruta verde ou rosada
Cairão pelas ruas, dando vivas, euforia
Os falsos entendidos
Os sem vida e sem alma
Afirmarão irracionalmente
Não há beleza, não vejo talento
As cores não harmonizam
Painel vazio, sem brio
Eu um simples, um moço velho
Que pouco aprendeu, um velho moço
Que pouco amou, que muito sofreu
Diria que o belo pode estar bem perto
Orvalho, canção, coração
O sol são seus cabelos, reflexo, infinito, mito
O vinho, o sabor dos seus beijos
Seguindo as frestas, festas
Águas cristalinas, sua silhueta ao banhar-se,
Visão natural, sensual
A pintura, o enigmático, o indecifrável
O misterioso caminho do seu corpo
#Poesia #Concurso #Eternizarte
Obs: Tela que pintei e que dediquei o seguinte título:
O tempo, o belo e o predador