A casinha é branca com janelas azuis, um imenso terreiro na frente rodeado de pequenos pés de algaroba.
Dois pés de sabugueiro, um de cada lado, um afago da natureza aos olhos.
A mulher de braços cruzados, a janela a olhar a vastidão da caatinga tremeluzente.
Nem percebe os bicos dos seios belos e fartos a roçarem os braços, mas alguns arrepios a fazem lembrar as loucuras da noite passada entre lençóis, carícias e afagos.
Não se abala com a revoada das jaçanãs, nem com o casal de carcarás a planarem no céu azul.
A bela paisagem não impede a de sentir aquele formigamento gostoso entre as pernas, que vai subindo e abrasando todo o corpo, como o sol que queima o tabuleiro.
E o delírio da noite passada entre os lençóis transpõe as paredes do imaginário para além desta aquarela sertaneja.
Fernando Alencar