Sou tida como a causadora de todos os males
Movida pelas minhas paixões, provei o fruto
Ao abrir a caixa de Pandora, lancei o mal aos ares
Levei a humanidade à ruína, em absoluto.
Tal qual Vênus, já nasci mulher nua e sexualizada
A primeira mulher surgiu para agradar aos homens
Pandora, é o que a mitologia diz
Mas se digo que amo da manhã à noite, sou censurada
De modo igual à Leila Diniz.
Pelo dualismo que me surge como imposição,
Sou coagida a escolher se sou santa ou puta
Mas mulher boa é sempre bela, inocente e muda
Então não cabe a mim, sequer, tomar esta decisão.
Pelo medo, sou subjugada
Temo pela minha vida, temo ser violada
Não ando em paz nas ruas ou em qualquer lugar
O medo me faz mulher, não há como negar.
Minha história é marcada pelo julgamento
Para ser autonomia,
Luto por toda a minha vida
Se quero ser sabedoria,
Sou lançada ao escárnio da sociedade
E nele padeço
Se tenho avidez por ser liberdade.
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