Te vi, pensei então que sonhava
Pois beleza assim na realidade não havia
E cada vez mais nesse sonho eu mergulhava
Em busca da imagem que minh’alma acalmaria
Te beijei o rosto, a mão, a nuca, os seios
Tudo em meu sonho era permitido
Você dispersava todos os meus anseios
Soprando indecências ao meu ouvido
Rolamos então por nossa cama
Que era um imenso e verdejante gramado
Você, a mais perfeita das damas
Eu, dos homens, o mais apaixonado
Eu mergulhava em sua essência com vontade
Me inundava com seus cheiros e olhares
Por ali ficaria por toda a eternidade
Pois se tornara o mais perfeito dos lugares
Você me beijava, arranhava e queria
Que eu a despisse com rapidez e prontidão
E, ao vê-la nua, quando já nenhum tecido a cobria
A fitei admirado, em profunda devoção
Tomei-te nos braços desejando
Ser para sempre o amor da sua vida
E deitei-te na grama beijando
E mordendo toda a sua pele despida
Transávamos em pleno gramado aberto
E uma leve chuva se misturava aos nossos gemidos
O amor ali se encontrava decerto
E se ele não existisse, ali teria nascido
Nos amamos de um modo terno e prazeroso
Ficando depois abraçados durante horas
Num abraço apertado e caloroso
À espera de infinitas e maravilhosas auroras.