Açaí, algo tão doce pra
Um ser amargo e sem brilho
Pois alguém assim merece
Só o farelo do milho
Aquela mulher é cupim
Ou parente de gurgulho.
A sociedade sofre
Lamentando sua dor
Com pessoas sem caráter
Que encarna o opressor
Se julgando melhor ser
Do que um trabalhador.
Sai com o nariz em pé
Pensa ser dona do mundo
Exigindo obediência
Cidade é sua como tudo
Ali preto é humilhado
Castigado e chicoteado.
Têm bocas que são sepulcros
Quando abrem é só podridão
Ferindo a alma do próximo
Pois não tem como irmão
A cor da pele é troféu
Que subtitui o coração.
Todos os dias um escândalo
Racismo é denunciado
Pelas redes sociais
Na presença de delegado
Imagine antigamente
Que não era criminalizado.
A preto, não davam valor
Era igual terreno ou gado
O "dono" tudo podia
Que não era investigando
Essa Era já teve fim
Não aceitamos ser humilhados.