Tenho medo de qualquer lugar que você esteja.
Tenho medo do escuro e da sua mão áspera.
Esta, que passeia em mim sem meu consentimento.
Sinto os teus pelos e o teu suor no meu corpo,
A impotência é o meu aliado,
E a minha alma grita por socorro:
- Sai de perto de mim! Não me toca, por favor!
Você rasga a minha roupa furiosamente,
Eu busco em seu olhar sentido para essa atrocidade,
- Por que você faz isso comigo?
Sozinha eu choro,
Pedindo aos céus para que isso acabe logo.
- Como não percebem meus hematomas?
E ainda criança me torno uma adulta,
Minha vagina dilata-se a cada ato,
Ela abre brutalmente e fecha sentindo muita dor,
Sem entender,
Sozinha,
- Por que ele faz isso comigo? Pergunto-me.
Minhas forças se vão.
E eu, silenciada, deitada,
abraço-me bem apertada.