Quando eu andava por estes caminhos
Meu coração era um mar de segredos
Minha cabeça, um país sem fronteiras
E meu futuro parecia certo.
Quando eu andava por estes caminhos
Tinha mais força do que tenho agora
Um corpo tão leve que eu pouco sentia
Porque a alma não tinha descanso.
Eu tinha medo das curvas da estrada
Que me escondiam da vida os mistérios;
Mas o dia amanheceu sobre meus sonhos
E o amor me revelou a face amarga.
Quando eu andava por estes caminhos
E meu cantar ecoava nas pedras
A solidão tinha outro semblante
Como um punhal, ela ardia em meu peito.
Hoje, quando a noite cai, e me deito
Na mesma cama onde um dia ansiava
Por uma mão que embalasse meu sono
Um coração que sonhasse meus sonhos
A solidão é minha conselheira
E meu refúgio; ela me traz calma.
Eu andei tanto, vivi tanto tempo
Que tenho outro corpo e outra alma.
Somente a estrada permanece...
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