EPIDEMIA NEFASTA
É triste viver assim, dessa maneira...
Detido numa prisão sem estar cadeado
Ser livre e ainda assim um prisioneiro
Estar respirando e se encontrar afogado
Estagnado entre umas poucas paredes
Vendo o sol e a chuva através da janela
Algemado sem chaves em frente à cancela
Num cativeiro que se mostrou ser verdade
Dia após dia, tudo nos leva às lembranças...
Abraços, beijos e o carinho que não demos...
Das palavras e tudo aquilo que não dissemos
Chega à noite e oramos a procura da esperança
Essa pandemia maldita que assola o mundo
Que veio, se alojou, e fez muitos perecerem
Espreita a vida, até dos que não merecem...
Fez a humanidade, se esconder e ir ao fundo...
Que venha o bom tempo e nos faça reviver
Acabe de vez com essa epidemia nefasta
E que o amanhã nos traga uns dias de graça
Só desse jeito os homens voltarão a nascer.
MÁRCIO PAZ MARTINS