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Enquanto dormem as estrelas

carlos correa
Dec. 30 - 2 min read
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Eu queria cantar uma canção bonita alguma que pudesse calar tanta hipocrisia
Queria pedir licença a falsidade acreditar que a poesia fosse mais alta ainda que um sussurro
Eu queria poder voar sem que minhas asas fossem tolhidas
Queria sonhar ao percorrer as avenidas acreditar nas cores da vida

Queria tanto visitar o reino dos mortos e levar luz à escuridão
Devolver almas aos corações sem esqueletos esquecidos de si mesmos no limbo da desilusão
Queria muito valsar com a lua enquanto dormem as estrelas
Caminhar sem medo por entre gente grande
Trazer como lembrança uma flor azul e deixar em sua janela

Sabe quando os grãos de areia machucam meus olhos que se fecham ao lacrimejar
Ouço a voz que me guia com simplicidade e melodia
Fico mudo quando talvez uivar fosse o que eu mais queria
Mas as nuvens estão chamando e antes de amanhecer volto a sonhar

Tristes docas que tentam a desconstrução do navio
Que trazem no fingimento sua real mercadoria
Infeliz daquele que precisa do insulto e da mentira para sufocar sua própria agonia
Cada noite acredito tem sua própria lua sua singular magia
Voo com a benção da iluminada menina cheia de outra forma não conseguia

Procuro um lugar e que seja dentro de mim onde possa arrimar os delírios do que escrevo
Encontrar a palavra que insiste em travessuras de sonhos ingênuos coloridos em canções
Levar o corpo ao norte a imaginação ao sul e ao longe as formas pensamento que me inquietam
Abraçar o verso inspirar o pólen da esperança e acreditar em minha própria poesia

 

Carlos Correa


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