fico um tempo diante do papel em branco, pensando...
conta logo a dor que está te torturando :
é a angústia da caneta sem tinta?
a crise de rinite?
a ânsia pela escrita?
ou a espera pelo dia seguinte?
daqui há cem anos não estarei aqui
onde estaremos?
inexistindo.
dormirei até o Dia do Juízo?
ressuscitarei.
para sempre ou só por um momento?
as maiores crises acontecem "cá dentro "
ao ouvir o clamor Deus nos socorre
espero o amor como a terra espera a chuva
sempre chove...
é preciso desistir do que nos pode destruir
pecados confessados são sempre perdoados
e apagados e esquecidos
higienizo tudo
descalço os sapatos
sem querer, lavo as mãos, como Pôncio Pilatos
sou o prego, a cruz, a coroa de espinhos
sou a agonia, a dor, o grito, o gemido
sou o cego perdido à beira do caminho
sou neblina passageira, o grão de areia do mar
o pó da estrada, a poeira...
todas as coisas que afirmo hoje com certeza, poderei não dizer amanhã
não te prometo a paz que eu não posso dar
sou todo o peso do mundo que o ombro não pode suportar
entrei em mim em busca da resposta
mas quando eu quis sair
não achei mais a porta.
#Poesia#Concurso#Eternizarte