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E-xis-tir...

E-xis-tir...
Raquel Alice de Souza
Jul. 16 - 1 min read
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Passamos mais tempo provando nossas existências.

Que propriamente existindo.E se declinamos para o verbo viver.A tristeza numérica empobrece mais ainda!...

Já perdi oportunidades por não poder provar a minha existência.

Duas vezes para bolsas.Uma para a faculdade.A outra de apoio poético. Por não ter uma conta de serviços básicos em meu nome o que configuraria comprovação de residência.

A de apoio poético exigia conta bancária.Destinada a poeta com vulnerabilidades sociais e econômicas..Oi?...

Quem em vulnerabilidades têm uma conta ainda ativa?...Dá-lhe mais burocracias.A exigência deve-se ao fato do beneficiário ter que fornecer recibos. Certa  vez uma amiga.

Chamou-me carinhosamente de poeta profissional.Imaginei-me batendo cartão.E com chapéu de obra.Para que o céu não caísse sobre a minha cabeça.

Que tolice eu nada causo aos deuses.

Antes já brincara com a ideia em um poema:

"Procurar o sindicato dos poetas junto aos pássaros".

Tenho quarenta anos e ainda não existo.

Não posso mudar de ser pois isso seria não ser.

E eu sei que desistir não me protege de sentir dor.

Resta dar-me um tapinha no ombro esquerdo e dizer-me:

-Eis minha velha tu desenvolveu uma linguagem própria.

-E de quebra parou de grifar Álvaro Campos.Compulsivamente.

(Medicação utópica funciona!)

Quanto aos outros eu só vivo pelas excessões.

E eles francamente somente são:

"Minúsculas surpresas"...

"Grandes beócios"...

 

 

 


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