Na vida vítrea: o medo da pedra
Na pedra bruta: o desejo do vidro
Do que tem medo a ígnea essência
Ao ver-se, no vidro, refletida?
Que ameaça vislumbra?
Porque não se alumbra
Com o que pode ser?
No vidro pétreo: a busca de si.
Na fina pedra: a transparência
Que revela a nudez do ser
Do que tem medo o frágil vidro
Ao ver-se na bruta pedra?
Na pedra vítrea: a certidão da origem.
Na pedra sem ângulos arde a chama
De possuir perfeita forma.
No encontro intenso
No abraço impossível
Cacos de almas
E corações partidos