É terrível.
Há milhares de covas abertas
aguardando friamente
o corpo do moribundo que não quis morrer.
Mas morreu.
Lá se vai mais um e mais um
Jogado na cova aberta aguardando mais um.
E lá fica, no chão de barro firme e sujo os restos, as vidas.
O que fica depois da morte.
Pedaços de gente viva
Com cacos no peito
E tempestades na cara.
Que terrível, lá se vai mais um amado
ser querido meu.
Que não é meu, mas sinto que fosse meu
Pois é gente como eu.
Tinha setenta anos ainda nas mãos.
Mas escorreu em um descuido.
Em um deslize que nem percebeu.
Se foi. Jogado na cova aberta.
Deixando para trás...
Gritos e um vazio ainda maior que sete palmos.