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CORTO COMO VIDRO

Katia Limma
Feb. 19 - 3 min read
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Hoje, acordei apostando que seria um dia melhor.
Tinha grandes expectativas em relação a você. Esperava que entrássemos num acordo, então, me preparei para ouvir, falar menos e concordar mais.
 Saímos e durante todo o trajeto,  você ficou em silêncio e eu esperava  qualquer som para iniciarmos uma conversa, só  isso!  Mas nada. 
Puro silêncio. Você simplesmente me deixou ‘no vácuo’. Agora bem sei o que significa essa expressão senti na pele,  no corpo e no coração.
Chegamos onde você queria me levar: uma praia, bom gosto. Adoro o mar, o vento, o cheiro, a areia e a água, normalmente, fria.
 Sentamos. Você ainda em silêncio e isso estava ficando muito perturbador para mim! Como dizer alguém de que gosta dela se ela não te sinaliza, não dá uma brecha? Vou precisar gritar?
Não, jamais faria isso.  Engoliria as palavras e pronto. Segurando a minha mão, você iniciou a nossa conversa: primeiro me fez sentir que estava ali; depois começou a dizer que eu era muito mais do que ele esperava. Boa essa!
E por fim, gostaria de dar um tempo, de focar em outras coisas que não fossem uma relação mais séria.
Primeiro senti um enjoo que logo passou dando lugar para a decepção, seguida de uma raiva e por fim para um choro. Chorei muito, só sabia chorar! Gostaria de dizer tantas coisas,  mas elas não saiam.
 Voltamos para casa. Agora, já mais refeita do impacto, posso te dizer tudo o que deveria dizer na hora, mas a dor foi tanta que eu não consegui dizer.
Dizer que quem saiu  perdendo foi você!
 Posso te dizer que tudo bem, você precisa de espaço e eu de amor.
Posso te dizer que você diz que me ama, mas nem faz ideia do que seja isso!
Posso dizer que te acho um tolo!
Posso te dizer que te darei esse tempo, mas não vou dar, porque se eu der ficarei aguardando esse tempo terminar diante: do telefone, do celular, da campainha, do computador. Ficaria presa a uma situação que já não existirá mais.
Estou sofrendo, estou chateada e decepcionada porque achei que havia algo de especial entre nós, mas esqueci de que “nós” só existe quando dizemos ‘eu te amo’ ao mesmo tempo. Só eu falava isso, então, só existia eu.
Mas chega! Foi bom porque descobri que estava sozinha e ser sozinha não é nada bom. Estava abandonada com acompanhante, estava sofrendo diante de um espectador.
Esse sentimento de perda, de derrota só me deixou uma mensagem: sou frágil igual a um vidro. Se me jogar no chão eu quebro, mas se me pisar... eu corto!
Tudo bem, vou partir para outra mais envidraçada, mas preparada para as armadilhas do amor mais tudo. Não estou abrindo mão do amor, só que agora quero receber mais. Ouvir mais ‘ eu te amo’ centenas de vezes antes que eu diga pela primeira vez.


“Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia darem errado.” Tati Bernardi 


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