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Augusto Minghin
Jul. 3 - 1 min read
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O que eu sei é que a vida não para. 
O curso do rio continua, pelo menos até ele morrer em algum mar

Apenas estamos aqui, eis uma dádiva, mas nada de presente. 
As músicas foram cantadas

Paisagens foram compartilhadas

As bocas foram beijadas.

E as palavras já não dizem nada 
O que há para curar a ressaca? Senão continuar bebendo como se não tivesse acontecido nada.

A vida é isso, essa eterna superação das coisas que nos foram dadas

O tempo muda e as pessoas passam

As pessoas mudam e o tempo passa.

Continuo caminhando com minhas pernas cansadas por essa estrada sem saber onde vou chegar, se é que vou chegar em algum lugar

Brisa leve, gelada, leva contigo esse cansaço que me impede de enxergar o que me cerca

Sei que as vezes cambaleio e tropeço, chego a pensar que é o coração pedindo regresso

Aah mundo, confesso

Há saudade no peito que arde enquanto escrevo

Transcrevo, descrevo desejo

Enquanto destruo, descubro e derrubo meus medos

Me cubro de noite com meus sonhos e durmo com meus demônios

A corda é bamba

Linha frouxa

Goteja, goteja, até que a gruta esteja cheia e não haja mais sede


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