Cada pedaço de mim me protege
Das dores por vir.
Eu juntei cada caco
De tudo que já senti.
Toda a dor de ideias inacabadas
E cinzas das promessas quebradas,
Queimadas.
Das confusões emaranhadas trancei laços,
Juntei aquilo que restou,
Meus trapos e farrapos.
As lágrimas pintaram
Coloridas colchas de retalhos
Cercadas pelo castelo
Dos meus estilhaços.
E quem me rachou, ao se aproximar
Se corta
No afiado cadáver de uma emoção morta.
A voz que tanto me fez chorar se cala.
Agora que cada célula viva em mim
É guarda.