Começo a seguir a cegueira do mundo
E cada esquina de mim, se mistura
A cura que não vem.
Passos, encalços, percalços que nos detém.
Em frente da mesmice, paro e sinto.
E minto, ou sento ao lado de alguém.
E vejo que a estrada foi tolhida
Pelo lado de fora, não entro,
Nem enfrento, apenas aguento,
As asperezas que não me faz bem.
Uma multidão se aconchega,
Canta e vibra para o alto
Alguém resenha e vende uma senha
Para alcançar os améns.
Tem outros pecados,
Taxados num livro
Que acolhe os defeitos
Enfeita, por certo valor.
Tem moças e velhas
Jornais e crianças
Uma moça se desculpa
É chamada de puta também.
Por homens singelos
De olho no que você tem.
Aves de rapina, empina a bunda
Afasta uma ruga que insulta.
Um rosto de alguém
Que pede seu tempo
Seu ouvido outra vez
Será teu amigo pra sempre,
Amanhã.
Autor Mário Déggas de Souza