O meu casulo é como um ventre:
Lar, descanso, refúgio, parada.
Não há dor ou maldade que entre.
Tranquilo, seguro, minha morada.
E, feito uma borboleta, sinto-me em formação.
Cada som, cada odor, parece me chamar.
Aguça meus sentidos, minha imaginação...
Desperta em mim o desejo de voar.
Mas minhas asas são delicadas e pequenas
E meu voo é rasante e bem curto.
Mesmo sendo eu consciente e serena,
A minha vontade é apenas um surto.
Porque os cordões ainda estão amarrados.
Nas teias emboladas e grudentas me prendo.
Meus planos e sonhos, abandonados.
Levados pela correnteza a qual me rendo.