De você,
eu aceitava o café,
a mão, o pão.
Podia vir até gelado ou quente.
De qualquer jeito
seria o suficiente.
Pena eu não ser o bastante.
Te tomaria em um gole só.
Tento levar uma vida normal,
tô tentando não inventar desculpas
pra não sair.
Quando tudo é mais fácil esconder a cara e se cobrir,
se deixarem um recado diga que morri.
É mais fácil fugir,
mas uma hora a escuridão te alcança.
SEMPRE EXISTE ALGUÉM QUE SE IMPORTA.
Mas não esqueça de fechar a porta
quando sair.
Igual aqueles remédios amargos
que se toma de olho fechado,
dá vontade cuspir
só de olhar.
Às vezes sou assim: me sinto nostálgico,
moribundo, melancólico e totalmente amável.
De você,
aceitaria o café,
o açúcar e a manteiga.
A faca,
teu recheio, o telefone...
De você,
me colidiria em parafraseados
de autores clássicos.
Te engoliria de uma vez só.