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Café-da-manhã.

Café-da-manhã.
Hudson Henrique.
Jun. 29 - 1 min read
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De você,
eu aceitava o café,
a mão, o pão.

Podia vir até gelado ou quente.
De qualquer jeito 
seria o suficiente.
Pena eu não ser o bastante.

Te tomaria em um gole só.

Tento levar uma vida normal,
tô tentando não inventar desculpas 
pra não sair.

Quando tudo é mais fácil esconder a cara e se cobrir,
se deixarem um recado diga que morri.

É mais fácil fugir,
mas uma hora a escuridão te alcança.

SEMPRE EXISTE ALGUÉM QUE SE IMPORTA.

Mas não esqueça de fechar a porta 
quando sair.
Igual aqueles remédios amargos
que se toma de olho fechado,
dá vontade cuspir 
só de olhar.

Às vezes sou assim: me sinto nostálgico,
moribundo, melancólico e totalmente amável.
De você,
aceitaria o café,
o açúcar e a manteiga.
A faca, 
teu recheio, o telefone...

De você,
me colidiria em parafraseados
de autores clássicos.

Te engoliria de uma vez só.
 


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