Minha cabeça não acalma
Ela tem alma, pulsa, mas sente a repulsa de não querer pensar
É muito emaranhado de pensamentos, sentimentos e de momentos que existiram ou não,
Fios soltos que não se completam às vezes, devaneios que não acontecem e parecem que nem acontecerão, pelo menos na lógica atual, que as vezes se mostra irracional
Que quer falar, mas nada consegue dizer, nem performar em ações, nem transformar em verdade, só pura insanidade sem finalidade concreta
O que seria essa eterna preguiça de transpor os sonhos e ir em frente?
Resposta não tenho ainda, só esse eterno vaivém de emoções opacas e translúcidas, que exercem tanta força contrária ao real imaginário perseguido e sonhado, que fica extenuante a batalha dos já desiludidos neurônios
Que são só e tão somente apenas ludibriados por um determinado tempo, qual grãos de poeira lutando ingloriamente contra o vento
Será que alcançar o outro lado do devaneio mental e sentimental seria a resposta dessa delicada equação?
Ou seria só o início da análise combinatória para entender ou confundir mais ainda os já exaustos eletrodos cerebrais?
Não sei, talvez saiba, ou não queira nem saber, mas essa bagunça psicológica tem algo de bom a dar
O entretenimento momentâneo e a saída de cena por alguns segundos, dessa linda obra divina que é a existência real adquirida e seu livre arbítrio
Pena que depois tudo recomece, e a criatividade aflore em contos que embora belos se mostrem surreais e inservíveis na órbita realista, que precede cada conquista inusitada
E que traz a certeza que esses emaranhados eletrizantes não vão conseguir se desfazer quando eu me confundir de novo em torno das minhas infindáveis reflexões