Como eu pude ser tão presunçoso?
Essa foi minha principal indagação
Da última vez em que estive no MASP
E deparei com “As Tentações de Santo Antão”
De autoria de Hieronymus Bosch
Tal obra sempre me causou aversão
Apesar de até então só tê-la visto
Em fotografia ou em mera ilustração
Mas, ao confrontar a pintura original
Fui obrigado a mudar de opinião
Após passar por uma espécie de catarse
Que me ensinou a contemplar com o coração
Os pormenores desta bela obra de arte
Que me causaram uma profunda comoção
A ponto de não conseguir conter as lágrimas
Ao perceber que ela beirava a perfeição
Tal episódio me marcou profundamente
E me ensinou uma belíssima lição:
Jamais julgar alguma coisa ou alguém
Tendo por base uma mera presunção
E é por isso que eu escrevo esta poesia
No intuito de alcançar minha redenção
Por ter sido tão simplista e arrogante
Ao criticar “As Tentações de Santo Antão”