Quem o olha assim,
com esse jeito displicente,
não faz idéia do que se revela
quando, à noite, entre quatro paredes,
mostramos, sem receios,
a nossa face mais vadia.
Sem medos, sem escrúpulos,
deixamos no nosso quadrilátero,
as marcas, os cheiros,
os ruídos entranhados.
Não temos medidas ou reservas;
para você me abro inteira.
Literalmente vejo sua alma,
quando, no gozo final,
seu olhar encontra o meu
e, logo após, se perde no infinito,
dissolvendo-se com o Universo.
Num breve instante,
quase imperceptível...
O Eterno.
Quem se prende à aparência,
não consegue perceber, desvendar;
não desfruta dos segredos, das surpresas!
Quem se prende à aparência,
deixa de ser descobridor;
deixa de ser!
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