Eu, que sou desenhada
através das linhas da vida,
enfeitiçada e consumida pelo tempo.
O tempo, que vai rasgando a minha alma
pintando com pitadas de poesia.
Tento traduzir a luz que ofusca a minha visão
refletida nos talheres e utensílios na cozinha,
é exatamente no cotidiano que bebo em goles
por vezes vagarosos, outras nem tanto.
Este mistério que não caberia
num corpo frágil de uma Adélia
sem abraçar as palavras que jorram,
violando o Prado deste papel,
enverdecido pela esperança.
Com A Cara e Coragem
enfrentei meus medos e minhas dores
como matéria-prima de uma vida.
Vaguei através do silêncio em pausas necessárias.
A poesia ressurge
roubando das minhas mãos o lápis
que parece compor sozinho
através de uma força que desconheço,
dançando diante dos meus olhos,
como que movido pela divindade.
Solte os Cachorros para uma alma sem corpo,
negando o pulsar das veias
que gritam compondo em Cacos Para Um Vitral.
Invasão, é tudo que compõem uma alma
incapaz de caber em um corpo apenas
jorra desaguando sobre A Terra de Santa Cruz.
Duas Horas da Tarde no Brasil o sol desperta
meu olhar de poeta brincando em ser Dona de Casa.
Essa Bagagem impossibilitada de calar,
lança ao mundo minha contribuição à vida.
Joelma Couto
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