Procurei no dicionário.
No caderno de palavras bonitas.
Em minhas anotações antigas.
Busquei nos livros de poemas chineses.
Procurei por palavras bonitas o suficiente para te dizer
as coisas que guardo aqui.
Pois o que guardo não é bonito.
São confissões que doerá.
Te consumirá de ódio... e talvez desespero.
Mas creio que você não é do tipo que se desespera.
A verdade é que...
Na solidez de teus braços.
No formoso toque de teus lábios.
No calor de teu amor
Eu nunca fui amada.
Digo
Não era eu.
Não era para mim o calor de teu abraço.
E é apenas isso que eu queria dizer.
Eu sei que nunca fui eu.
Mas ainda assim fingi não notar.
Não vê o precipício de teus olhos se afundando em um oceano de águas.
Como peixinho perdido no mar.