Todas às tardes, ao pôr do sol,
permaneço esperando ela chegar
e como o pescador segura o anzol
eu seguro os raios do crepuscular,
para que fiquem até que ela chegue,
até que venha, enfim, me encontrar,
antes que o sol no ocaso me deixe
e seja em vão o meu expectar.
No entanto, mais uma tarde se vai
sem que ela me venha mostrar
sua leveza e a noite me cai
qual negro manto sob o luar.
No dia seguinte, ao pôr do sol,
novamente volto ao meu lugar
e como o navegante observa o farol,
o horizonte observo seu ser revelar.
para que nele me refugie
antes que o temporal me venha abalar,
antes que dormindo eu não mais vigie
e aconteça que eu venha a naufragar.
E mais uma tarde vai terminando –
eu ansioso de tanto esperar -
ouço, enfim, passos se aproximando,
meus olhos a veem e falta-me o ar.
Em meus braços se lança como criança
e a aperto com força de tanta emoção.
O sonho se une com a esperança
e o seu coração com o meu coração.
Lair Lira
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