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AMOR E TANTRA

AMOR E TANTRA
PETRONILHA ALICE ALMEIDA  MEIRELLES
Jul. 15 - 5 min read
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AMOR E TANTRA

Em um baile, a banda muito romântica, tocou vários boleros seguidos, e o romantismo invadiu o salão, os casais se abraçavam ao embalo das músicas lentas, rostos colados...

Foi aí que Fernando pegou o meu braço direito e colocou ao redor do seu pescoço e me abraçou com firmeza, eu retribui, por minutos ficamos em um balanço de sonhos, até fechei os olhos com a cabeça encostada em seu peito, respiração ofegante, coração acelerado. Pela primeira vez senti o seu desejo em mim.  Era o primeiro sinal de que a magia do amor triunfaria.

Ao terminar a música Fernando sorriu e olhou dentro dos meus olhos. Momento especial, o romantismo falou pelo nosso olhar. Bailou no ar um encanto fantástico de quando duas pessoas se atraem por conexão. Um forte indício de que algo supremo nos envolvia.

Nossos corpos já não conseguiam mais parar, os toques eram puro instinto de ternura, o destino sorrateiramente tramava algo. Eu interrogava a mim mesma: “Seria um romance? Caso não fosse bom, poderia deixar de lê-lo. Mas, e a vida? Como deixar de vivê-la? Afinal de contas somos duas pessoas ou somos dois personagens de uma história a ser escrita? Na verdade nós existimos e os personagens, não”?

Eu continuava pensando: ”Os personagens dos livros que as pessoas leem, não são esquecidos, são eternos. E eu? Estaria esquecida daqui a algum tempo, não faria mais sentido para Fernando? E então? Sigo em frente ou estaciono? É fácil ser um personagem. Mas, é muito difícil ser pessoa? Pessoas no cenário real têm sentimentos, personagens, não”!

Alguma força invocara o nosso inconsciente em uma forma de encantamento profundo, influenciando fortemente os sentimentos, a mais pura conexão. Algo pairava no ar.

Saímos do salão e Fernando tentou justificar-se dizendo que certas coisas acontecem involuntariamente. Eu estava meio sem graça, mas no fundo eu senti também um desejo por ele. Não era uma mulher vivida, pouco conhecia do mundo fora da gaiola, estava aprendendo a voar. Tivera um namorado na vida que virou sapo e o homem com quem contraíra matrimônio e enviuvei.

Voltei para a casa conversando, eu como sempre com a mão na sua perna, vários olhares trocados no carro, cheios de desejos implícitos. Algo especial pairava no ar. Eu desejava que o caminho se tornasse mais longo. Queria voar, alcançar novos horizontes, novos desafios...

Na volta do baile, eu dizia: Fernando, não quero voltar para casa! Ele respondia: Pra onde você quer que eu te leve? Eu respondia: Pra casa! E nisso chegava a casa que eu queria muito que não chegasse, minha vontade era ficar ao lado dele

Um dia fomos conversar no bar e foi lá que a conversa incendiou, e contamos nossas vidas em livro aberto, cheio de emoção que surpreendeu a nós mesmos. Nossos olhares faiscavam, era tudo novidades. Quantas emoções! Foi um momento de conversa foi calorosa de esquentar as ideias.

Algumas pistas ainda meio obscuras evidenciavam a aparição de um conto de amor, um todo tecido psicológico de expectativas onde às realizações estão inseridas.

Aí foi que Fernando sentiu-se mais atraído com a história, sentiu grande desejo de descobrir no íntimo daquela mulher seus segredos de tão pouca vivência. Queria conhecer todo o desconhecido, mas nada demonstrou. 

Eu cheguei até a me declarar para Fernando dizendo que o achava interessante, que era meu tipo de homem preferido, que me sentia atraída por ele. Coisas que as mulheres de antigamente não fariam jamais, geralmente era iniciativa do homem, mas estamos em tempos modernos.

Tudo pronto para ilustrar o fundo psicológico de duas pessoas que tinham suas carências implícitas e necessidades humanas para experimentar a real existência bem diferente dos contos de fadas.

            Eu contei que guardava um sonho nunca vivido que seria ser possuída por um homem em uma entre flores, luz de velas...  E por coincidência ele também, pois era do tipo romântico, raridade nos homens de hoje. .

            Fernando revelou para ela sobre o Tantra que é um termo amplo, pelo qual os antigos estudantes de espiritualidade na Índia designavam um tipo muito especial de ensinamentos e práticas que tiveram base em uma antiga sociedade. Era uma massagem terapêutica que resolvia vários problemas.

Fernando buscava uma mulher que gostasse do tantra. Todavia, contou que nunca encontrou quem quisesse aprender e praticar com ele, já tinha feito com terapeuta, mas é muito diferente fazer com uma mulher que tenha conexão.

  Eu nada sabia disso, nunca ouvi falar, mas achei interessante topei aprender e com ele entrar nesse universo desconhecido. Achei a terapia encantadora, até romântica. Era poetisa, vivia em um mundo da utopia.

E assim, entrei nesse universo desconhecido e nos guardamos para que o nosso primeiro dia de amor fosse com tantra.

Estávamos completamente envolvidos, marcamos o dia onde tudo seria divino, aprendi a massagem com as pontas dos dedos.

Preparei lindamente o ambiente, nele nada faltou...

O tantra é pura conexão de  reação para o romantismo...


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