“Acabou Chorare”...
e eu nem bem comecei a chorar.
Sentado sobre a capa dos velhos Baianos,
que continuam mais Novos e atuais
do que a banda que você ainda tenta formar.
Infinitamente mais consistente que as pastosidades
que a mídia solidifica e tenta te empurrar.
A solidão me corrói como uma escabiose carnívora.
E acabado de chorar, choro ao me acabar.
Incapaz de sentir os pingo da chuva me molhar,
imagino como seria, se minha velha fosse louca por mim
e se todo amor que eu sinto pelas coisas,
voltasse em minha direção, tinindo trincando.
Tentando descobrir o mistério do planeta,
lembro de sua observação: “Besta é tu!”.
E fico abatido, totalmente sem graça... desgraçado.
Enquanto os pandeiros esquentam, meu exílio congela.
Não sei dançar a música que a menina dança.
Recorro ao prato da radiola para me alimentar.
Choro pra dentro: para ao meu redor não escutar.
Choro pra dentro: para inundar a secura d’alma.
Choro pra dentro: para alimentar os córregos do pensar.
Choro pra dentro: para que a cisterna possa transbordar.
E insisto em continuar a chorar...
mesmo quando... “Acabou Chorare”.