I
A flor erradia um inferno
Que inflama desejos d'estio
Pode ser que tudo seja inverno
Pois meu amor é fogaréu terno.
II
A flor é vontade da Paixão
Causa um pecado breve sensação
Dentro um sentir oco eu à alteração
Pode tanto amor pétalas menção?
III
O tempo é fogo de tempestade
Fascina alma loucura vívida debalde
Queira alguma emoção vir e arraste
O pecado é justiça de boa arte.
IV
Saibam que há prazer queimando
No lugar do apogeu sexual antro
Toda flor de orgasmo desabrocha Santo
Buscando lirismo meu gênio morto.
V
Ó flor que me acaba infernal
No desejo torpe o transar é banal
Aflora sentinelas desamores Leal
O inferno é um abismo, ego surreal.
VI
Flores são um feminino impuro
Deságua o tocar de sacro ao luto
Aos olhos meus orgasmo em sucumbu
O amor quem diria é acariciar busto.
VII
Ó inferno grande oceano vadio
Embebe o tempo e transmuta ladino
Morre o amor ao fogo à pobreza carinho
Pode perceber que o Cosmo habita umbigo.
VIII
Ó flor do bom atrair divino
Samba num farol de conduzir inimigo
Vamos caminhando em um Abismo lindo
Onde encontro à ménage bacantes Sícifo.
IX
O inferno é pueril lastimante
Abre as pernas escuridão á amante
E projeta um criar que arrouba avante
O amor tal sortilégio Mistica Axante.
X
Em loucura do emotivo crucial
O florir é inefável do espírito mal
Nos leva assombro alma pouco sal
As flores desabrocham um plantear marginal.
XI
Eu sei que as flores morrem
Mas o pecado teu "eu" fluir me correm
Ao todo do inferno ó Paixão aos que bebem
O pecado das Flores assassina Édem.
XII
Ó fim do florir que perdido
O meu poema é um galgar maldito
Saudades de flor em beleza não mitigo
Jardim do Amor é Delphos alquimico.
XIII
Carinho eu busco na claridade
Em espectro o corpo meu ó arde
Pode ser que o Paraíso me chame tarde
O Florir do meu inferno despetalou: Clara Madre...
FIM!
Maycon Costa Lima