Minha voz calada em tua boca sedenta,
Embalada em sussurros atordoantes,
Acorda rouca e embriagada
No toque de tuas mãos e se liberta
Por entre os lábios alcançando o infinito.
A pele torturada, exposta pela chama,
Tem seu tempo pautado em saborosa dor,
Atenuada apenas pela intensidade da explosão que está por vir...
Enquanto chega rápida,
Se derramando na calmaria de fôlegos entrecortados,
O amor surge,
Pequenino e doce,
Suplicando por alimento pra que sobreviva,
Se apiedando daqueles que o procura
Sem se fazer lembrar
Que, para amar
É preciso se enxergar no outro sem pensar,
Apenas se entregar
E deixar que ele encontre por nós
Sua alma irmã
A tão sonhada paz.