Morna, suavemente morna,
Nem fria, nem quente,
Mas morta,
Contorna o belo a frente;
Feia e torta,
Envolve delicadamente
A vida doente de ordem.
O acaso não convém
Quando incerto de si e além;
Amorfo e alheio à sondagem
Rejeita qualquer imagem.
Uma terra de ninguém.
Contra isso tudo e a favor,
Nasce delicada e bela flor,
No jardim nos campos
A pétala da rosa
Rejeita a causalidade;
Em sua delicada prosa
A ficção ejeta a realidade.
Delírios no hipocampo
De lírios ao campo,
Olhai-os.
Refuta toda a lógica,
A simples rosa,
A qualquer ótica.
Ainda que o olhar cético
Venha a falar de princípios éticos,
Completamente epilético,
E a importância do médico,
A rosa continuará rosa,
Indecorosa,
"Sans pourquoi"
#Poesia #Concurso #Eternizarte