A POESIA NU(VEM)
A Poesia vem a mim
Em degraus escuros
Em largas janelas-esperança
Numa descarga-vertigem
Que comprei na rua do mercado.
A Poesia vem a mim
Em um arco-íris
Dentro dum copo de vinho
Com gosto de chiclete-hortelã.
A Poesia vem a mim
Em madrugadas abstratas
Sonâmbulos olhos-grávidos
Onde deuses metálicos
Passeiam de bicicleta.
A Poesia vem a mim
Em cicatrizes psicodélicas
Em anjos coloridos de saudades
Em milhões de palavras sem sentidos
Observado por Eros
No semáforo do cruzamento.
A Poesia vem a mim
Em estátuas emudecidas
Na solidão do meu quarto
Onde o fogo suicida da nudez
Observa a hipocrisia das estrelas.
A Poesia vem a mim
Em verdes abismos
Onde o vírus egocêntrico-amor
O tempo inteiro busca em você
A imortalidade de todos os dias...
JOSÉ FLÁVIO DE OLIVEIRA MAGALHÃES, natural de Sertânia é um idealista em crise, professor com alma de aluno, aprendiz da vida, autodidata da simplicidade, com a alma tatuada de cicatrizes acreditando nos sonhos, mesmo depois de um café com poemas...tem três livros publicados, “Anjo Urbano” (1999); “Contagem Regressiva” (2012): Hipnotizaram a Realidade (2018); e-mail:jfomagalhaes@hotmail.com @flaviomagalhaees
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