Errante, navega
Inconstante
Como barco à vela.
O azul, a lhe corar a face
A ressaltar a placidez
De sua natureza leve.
Natureza desconhecida
És plena
És matéria indefinida.
Tua existência delicada
É fragilmente ferida
Ao unir-se, destrói
Fragmenta-se no ar
O pouco da essência construída.
Instante da eternidade
Contemplação pura
Repleta daquele amor
Que apenas é
E nada explica.
Sua tarefa é tênue
Não se gasta
Nem é dada à enganos
Se opõe em absoluto
À rudeza do destino humano.
Os exageros não lhe competem
Sua rotina é filosófica
Melancolicamente breve:
É morrer no próprio instante
Em que se concebe.
#Poesia #Concurso #Eternizarte