Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
BACK

A morte das cartas

A morte das cartas
Francisco Donizete Souza
Aug. 17 - 2 min read
0150

A MORTE DAS CARTAS

 

As cartas que morreram

não foram as cartas do tarô,

foram as cartas dos amigos

foram as cartas de amor.

Não sei exato a data

que morreram essas cartas,

não sei quem foi que matou. 

 

Essas cartas eram vivas

era a maior alegria,

com uma carta de amor

qualquer pessoa sorria.

Respondia-se essa carta

de maneira imediata

com linda caligrafia.

 

Pois numa carta de amor

tudo precisava ser perfeito,

as palavras eram flechas

que acertavam o peito.

Em papel perfumado

o envelope enfeitado,

com flores de todo jeito.

 

E o pedido de namoro

que João fez pra Maria:

-Meu docinho de coco,

minha flor de melancia;

Se você quer me namorar?

Meu amor eu vou lhe dar

seu sorriso é minha alegria

 

Mas a resposta da carta

as vezes não era o esperado:

-Me respeite senhor João!

Que já tenho namorado,

deixe de melancolia

cante em outra freguesia.

Tu és um cabra safado!

 

Mais também tinha resposta

Que deixava o cabra feliz:

-você quer me namorar?

Isso é o que sempre quis!

Um romance duradouro

o resultado do namoro

Era o altar da matriz.

 

Tinha carta de amigos

que contavam as novidades,

do passeio lá no campo

da festa lá na cidade.

Eram tantas as noticias;

Fofocas, até sem malicias

fatos com veracidade.

 

Hoje não se escreve cartas

pra amigo ou namorado,

basta um telefonema

estar dado o recado.

A namorada se enganou?

Na noite que passou

o namoro está acabado.

 

É msn na internet

WhatsApp no celular,

é namoro sem fronteira

sem o brilho do olhar.

Não se tem privacidade

nem a mesma ansiedade

em ver o carteiro chegar.

 

Quando o carteiro vinha

com sua bolsa amarela,

cheia de correspondências

alegria dentro dela.

Hoje quando ele vem

sua bolsa já não tem

as cartas que tinham nela.

 

Quando o carteiro passa

só traz conta pra pagar,

cartão de crédito, sem crédito;

a conta do celular;

mais as cartas dos amigos,

ou de amores, eu não consigo

saber onde foi parar.

 

Professor Donizete

#Poesia #Concurso #Eternizarte

 

 


Report publication
    0150

    Recomended for you