De minhas poucas memórias de infância, posso me situar de uma coisa:
Nunca houve nenhum espaço para a vida ser questionada e eu nunca precisei nem tentar dar sentido às coisas.
Minha mente pura e inocente só estava preocupada com uma coisa: viver.
Não importava se o fim de semana estivesse próximo ou se ainda fosse segunda-feira e teria que começar de novo fazendo as coisas que não queria.
E daí se fosse tarde da noite e eu tivesse que acordar cedo para ir à escola? Eu só queria terminar de brincar até que não tivesse mais energia e então adormecer sem nem mesmo ver.
Havia curiosidade, é verdade. Mas sempre que procurava respostas, ficava frustrado. Não era relevante para mim. Até porque minha mente mal formada nem mesmo tinha a capacidade de entender o significado de tudo. - E também não importava.
Eu era feliz e sabia. Simplesmente porque era.
Acho que uma das coisas que deixar de ser criança traz é o fato de que, mesmo que a felicidade permaneça, temos dificuldade em encontrá-la. Mas tudo porque a intelectualidade que nos é dada ao longo do tempo acaba criando máscaras e enchendo um entulho de informações que em nada somam à verdadeira felicidade.
"A ignorância é uma bênção."
Se Sócrates sabia que de nada sabia,ele perde pra uma criança em sua própria conclusão: Elas não sabem que de nada sabem e conseguem entender a filosofia da vida melhor do que ninguém.
E mesmo não sabendo de nada, conservam a mais linda e singela bondade de sua natureza.
É por isso que Jesus disse: O reino dos céus é para aqueles que se parecem com uma criança.
Precisamos voltar a olhar e aprender com os pequeninos.