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A EPOPEIA DO CUPIDO

A EPOPEIA DO CUPIDO
Gabriel Rios dos Santos
Jul. 17 - 3 min read
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A EPOPEIA DO CUPIDO.

Durante a história, notamos as obras deste trabalhador 
Muitas vezes, as suas execuções foram incorretas
Vieram a gerar conflitos e desavenças 
Mas sempre cumpria a sua função de grassar o amor 

Era um ser alado com um aspecto belo e jovial 
Carregava flechas e um arco longo enquanto estava despido 
Tinha um cabelo encaracolado e um trejeito sensual 
Era o servente dos humanos, ele era o cupido 

Desde os primórdios da humanidade, já era proletário 
No começo, flechava a todos e conseguia achar hilário 
Mas como se sabe, tudo o que se torna trabalho, é fardo 
Sendo assim, o cupido começou a se sentir entediado 

Mesmo com tédio, ele flechava e cumpria o seu dever
Mas os humanos apodreciam tudo sem nem perceber 
Usavam os seus atos para transferir a culpa para o cupido 
E por tamanha hipocrisia dos humanos, ele passou a se enfurecer 

Então, ele passou a fazer jus aos seus julgamentos 
Se embreagou da mais pura perversidade 
Lotou a sua bolsa com as piores flechas e saiu dos seus aposentos
E partiu para promover aos humanos, a sua crueldade 

Casais ridículos e autodestrutivos, ele formou 
As flechas sujas de ciúmes os deixaram inquietos 
Em outros, fez se apaixonarem por objetos 
E o homem se iludiu ao imaginar que o amor encontrou

Repentinamente, era repudiado pelos poetas
Já que ele os flechou, mas não flechou as suas amadas 
E enquanto se divertia ouvindo um poeta murmurar
O cupido teve a ideia de por uma humana, se apaixonar

Se sentiu tentado para amar e não apenas ser amado 
Metade da tarefa era simples, uma humana devia flechar 
Mas o mais complexo estava em si mesmo 
Já que o próprio não conseguia ser flechado 

E mesmo com tal dificuldade, o seu querer era incessante
Talvez por isso, se tornou um tolo, ignorante
A sua mente alegava - sem isso, jamais irei sorrir - 
Com isso, o cupido passou a tracejar uma forma para se atingir 

Por sua vez, tentou da maneira mais básica 
E uma flecha enfincou em seu corpo, mas não surtiu efeito 
A flecha deveria vir com rapidez, assim, ele planejou:
- atirarei em um metal e ela ricocheteará em mim, perfeito 

Ansioso, engatilhou uma flecha em seu longo arco 
Só não sabia que em seu cálculo, havia um engano 
Um erro mínimo que fez com que alterasse o ângulo 
E quando a flecha disparou, configurou-se tal marco 

O que deveria ser efetuado com êxito, se fez uma lástima
O seu projétil veio a perfurar um ponto vital 
A sangria se alastrou imediatamente 
Ele tentava conter, mas ao que tudo indicava, era fatal

O suor frio descia, a medida que o sangue fervia em sua mão 
Estava morrendo e nada podia fazer, não restava opção
Banhado ao próprio sangue, o cupido chorava 
Pois o mais perto que chegou do amor, foi a cor que o representava

Enquanto morria, notou que havia se viciado nessa busca 
Como os inseguros buscam o ópio 
O cupido tanto lutou para poder amar 
Mas esqueceu do mais importante dos amores, o próprio 

 

Escrito por Gabriel Rios dos Santos (@rios_biel).
 

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