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A doce química do teu olhar volátil

A doce química do teu olhar volátil
Novais Neto
Jul. 2 - 1 min read
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Por algum tempo acreditei que bastaria

A doce química do teu instigante olhar,

Ao encontro do meu, para oxigenar

O amor e catalisar duradouro convívio.

 

Porém, a ocorrência de dias cáusticos

Começou a calcinar-nos, sem piedade,

E o amor, ora acreditado inoxidável,

Evaporou-se diante de palavras ácidas.

 

Assim, lentamente, iniciou-se a oxidação.

E mesmo com adição de antioxidantes,

O reagente não obteve qualquer valência,

E o produto foi aquoso, salgado e dorido.

 

Teu jeito ácido, diante do meu tipo básico,

Produziu, a princípio, momentos alcalinos.

Depois, um mar de água em forma de pranto

Não neutralizou a dor e ignorou a densidade

 

De reativos olhares tantas vezes destilados.

Por fim, reações imprevistas nos negaram

Água límpida e o temperoso sal da vida,

O que impediu solidificar promessas de amor.


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